quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Homenagem a Louis Braille

Luís Campos (Blind Joker)


A leitura com os dedos
que Louis Braille criou
há quase duzentos anos
nenhum outro superou.
Através desse sistema
seguindo o seu esquema
muito cego se formou.

Louis Braille conquistou
pro cego, a igualdade
ele pôde estudar
até fazer faculdade.
Hoje tem vida decente
já não é tão dependente
tem a sua liberdade.

Não vive de caridade
hoje pode trabalhar
só depende dele mesmo
seu espaço conquistar.
Desmentindo os chavões
em muitas das profissões
vemos o cego brilhar.

O cego deve lutar
pra ter direitos iguais
ele é um cidadão
tanto quanto os demais.
Cego não é alheado
e deve ser respeitado
por não ser um incapaz.

Na tevê e nos jornais
clama pela inclusão
por acessibilidade
também na educação.
E de forma aguerrida
vai lutando pela vida
pra ter boa formação.

Até na televisão
vemos cego atuar
no teatro, artes e letras
o cego é exemplar.
Seja qual for o mister
sendo homem ou mulher
nada mais tem que provar.

Ao Braille devo voltar
numa doce cantilena
ao brincar, fura um olho
em idade bem pequena.
Pelo pai é socorrido
mas perde o olho ferido
e o outro por gangrena.

E com dez anos apenas
foi estudar em Paris
mas não poder escrever
o deixava infeliz.
Um sistema conheceu
e que logo aprendeu
do braille foi diretriz.

E então, de aprendiz
passa a ser professor
ensinando seu sistema
com devoção e amor.
Se o cego pode ler
aos amigos escrever
Braille é seu benfeitor.

O seu manual lançou
no ano de vinte e nove
toda França se encanta
nesse dia, lá não chove.
Na França ele nasceu
viveu e também morreu
No século dezenove.

Grande festa se promove
em esfera mundial
é pelo bicentenário
desse cego magistral.
Já estão no calendário
palestras e seminários
e até um festival.

Conforme li num jornal
numa pesquisa que fiz
Braille nasce em Coupvray
mas morreu foi em Paris.
Apesar de virtuose
morre de tuberculose
enlutando seu país.

Mas voltando à raiz
foi em quatro de janeiro
mil oitocentos e nove
que nasceu esse guerreiro.
Quando deixa este plano
cinqüenta e dois, o ano
era um seis de janeiro.

Ao filho do arrieiro
devemos ter gratidão
por alentar nossa vida
com a sua invenção.
O sucesso foi profundo
se espalhou pelo mundo
cumprindo sua missão.

Foi uma "roda-na-mão"
essa nova ferramenta
o cego se desenvolve
sua vida incrementa.
Agindo com confiança
assumindo lideranças
seu futuro sedimenta.

Nossa vida fundamenta
esta minha homenagem
com bengala ou cão-guia
a gente pede passagem.
O cego é perspicaz
já provou que é capaz
que tem garra e coragem.

Que os cegos se engajem
para mostrar seu valor
já provamos competência
sem precisar de favor.
Destes nobres brasileiros
tracei aqui o roteiro
nestes versos de louvor!

FIM

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