quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Homenagem a José Álvares de Azevedo

(Patrono da Educação dos Cegos no Brasil)
Luís Campos (Blind Joker)



Dia oito de abril
lá no Rio de Janeiro
no ano de trinta e quatro
nasceu esse brasileiro
trás o braille pro Brasil
tornando-se um pioneiro.

E por seu pai ter dinheiro
nada a ele faltava
embora nascesse cego
o menino aprontava
por ser muito inteligente
ele a todos conquistava.

Como aqui não estudava
aos dez anos foi levado
para estudar na França (1)
como fora indicado
por um amigo do pai
que de lá tinha chegado.

Após alfabetizado
o Álvares retornou (2)
contava dezesseis anos
e com um sonho voltou
ensinar braille aos cegos
foi o que ele pensou.

Tudo se concretizou
na Capital do Império
Pedro II atendeu
aquele jovem tão sério
que trazia novidades
de um outro hemisfério.

Exerceu o magistério
cegos alfabetizando
escreveu muitos artigos
na imprensa publicando
sobre o Sistema Braille
que estava ensinando.

A bandeira desfraldando
nosso jovem professor
pra fundar um instituto (3)
com muita gente contou
assim, em cinqüenta e quatro
seu sonho concretizou.

Quando se inaugurou (4)
o Instituto querido
a tristeza foi geral
por ele haver morrido (5)
em dezessete de março
deu-se o acontecido.

Não deve ser esquecido
este grande benfeitor
o famoso Louis Braille
até foi seu professor
o Álvares, no Brasil
do braille foi precursor.

Foi um multiplicador
um grande idealista
pela causa da cegueira
mostrou-se um altruísta
do braille, missionário
como nobre humanista.

E aqui o repentista
faz uma reflexão
o cego é consciente
não precisa de gestão
sabe gerir sua vida
como todo cidadão.

Não há outra condição
exigimos seu respeito
já é hora desse povo
nos tratar sem preconceito
não queremos assistência
apenas nossos direitos.

Se é justo nosso pleito
então vamos exigir
dizendo ao governante
para seu dever cumprir
lutemos com muita garra
pras mazelas corrigir.

Só não podemos fingir
que tudo está certinho
façamos acontecer
tracemos nosso caminho
busque sua Entidade
para não lutar sozinho.

Sem fazermos burburinho
devemos reivindicar
ao Congresso brasileiro
muitas cartas enviar
lembrando que a "Carta Magna"
eles devem respeitar.

Meu cordel quero findar
e deixar o meu recado
seja cego, não omisso
se quiser ser respeitado
pois todo deficiente
deve lutar lado a lado!

FIM

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